O prefeito Veneziano Vital do Rego resolveu assumir o papel que o perseguia desde a derrota do ex-governador José Maranhão em 2010: o de líder estadual do PMDB. Hoje, na convenção municipal da legenda em Campina Grande, tomou coragem e adotou discurso estadual.
Foi tratado de “futuro governador”. Gostou da ideia e já saiu da convenção tomando pra si a convocação de uma reunião extraordinária do PMDB, a ser realizada na próxima segunda-feira, em protesto à Medida Provisória que terceiriza os serviços do Hospital de Trauma de João Pessoa.
Segundo ele, o processo deixará a população em segundo plano. Veneziano quer fechar junto com os deputados do PMDB o posicionamento contrário da bancada para votação da próxima quarta-feira na Assembleia.
Está claro que deu a largada para 2014. Sentimento acentuado após TRE livra-lo da ameaça da cassação.Vai querer polarizar o debate como governador Ricardo Coutinho até lá. E, para isso, além das questões propriamente de Campina Grande, vai querer estadualizar as questões.
Começou com a questão da terceirização. E esquece que adota a terceirização em alguns setores da sua própria administração, como as creche cujas merendas são terceirizadas.
Sem contar na empresa Maranatá que, beneficiada com quase R$ 50milhões na gestão do Cabeludo, serve para contratar servidores terceirizados em vários ramos da gestão pública municipal.
Eis o risco que corre Veneziano. Ao querer estadualizar o debate, vai precisar lembrar que é vidraça em Campina Grande.
E que tem a obrigação de compatibilizar discurso com prática.
Luís Tôrres
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